sábado, abril 22, 2006

Para alguém de quem eu estou com saudades...


Ela é Operária!!!

Ela é operária. Nela toda a minha ideologia ganha vida e torna-se concreta. Ela é o meu o lado complementar; a minha parte que está próxima dos trabalhadores e operários. Ela é minha parte povo; minha parte massa. Chega a ser algo confuso a minha relação com ela. Não é o amor revolucionário que eu estava procurando e começo a crer que este tipo de amor não existe. Não chega a ser amor o que sinto por ela; talvez seja gosto; talvez seja porque ela adora me ouvir e adora me fazer sentir importante; ou então porque ela é o meu lado teórico posto em prática; mas definitivamente não é amor.
Ela é operária. Trabalha na linha de produção de peças de trator. Algo realmente extraordinário. Fiquei extremamente entusiasmado quando soube que ela trabalhava com isto. Imagine: eu, um pequeno burguês, livre pensador, mas preso num mundinho só meu, tendo um affeire com uma operária. Isto lembrou-me Engels que tinha um caso com uma operária quando ajudou a escrever o Manifesto Comunista. Talvez isto o tenha influenciado na luta pelos direitos dos trabalhadores. Talvez não, mas sei que a mim isto está inspirando.
Ela é operária. Possui as mãos levemente ásperas por causa do trabalho, mas estas mesmas mãos possuem uma ternura não encontrada nas mãos das burguesas. Seu jeito simples, singelo, humilde é muito diferente do modo afetado das outras moças. Ela possui uma candura singular; um sorriso gracioso que iluminou a noite escura da minha vida; um olhar meigo que me diz que vale a pena continuar lutando; um jeito de ser indescritível que nos dá a impressão de que ela não está ali. Ela é toda bondade e graça. Criatura única entre as mulheres. Sua simplicidade chega a ser incômoda, mas deixa-me completamente desarmado para argumentar com ela.
Enfim, ela é de tal maneira cândida que chega a ser difícil descrevê-la. Há única coisa certa nela: ela é operária.