domingo, dezembro 31, 2006

Feliz Ano Novo

Feliz Ano Novo

Se paro um instante
E olho ao meu redor
Vejo bárbaros ululantes
Destruindo o sonho de um mundo
Melhor.

Ou nossa esperança se renova,
Ou nos entregamos de vez;
Pois sonhar só estorva
Quem optou pela cupidez.

Igualdade, Liberdade, Fraternidade;
O Ideal de um mundo justo;
Pilares da vida corroídos pela maldade,
Mas que resistem a muito custo.

Parafraseando o santo inglês
“Criamos os ladrões para depois enforcá-los”
podíamos ser melhores, ao invés,
quando tentamos salvá-los.

E no patíbulo pendurado,
Saddam é o símbolo do que vem.
O “olho por olho” foi restaurado;
A justiça tombou; o mal venceu o bem.

Morte, guerra, fome, destruição, pobreza
Não são os votos de ninguém para o novo ano;
Mas são as nossas únicas certezas
Para 2007, que ao invés de venturoso
Será totalmente insano.



Para ano que vem teremos novidades no Inhame Filosofante. Felicidades a todos.
See you!

sexta-feira, dezembro 22, 2006

TPN, ou uma crônica de Natal.

Uma semana antes

Ela acordou meio estranha. Era algo meio físico, meio psicológico. Estava com dor nas pernas e a boca seca, por conta da ressaca, causada pelo excesso de caipirinhas de bacardi que havia tomado na festa de fim de ano da repartição onde trabalhava. Sentia um comichão lá no fundo. Não sabia se era por conta dos pernilongos desta época do ano, ou uma inquieta vontade de apertar uns pescoços. Levantou-se e olhou-se no espelho. Realmente gostou do que viu. Foi para cozinha e viu um stick amarelo na geladeira lembrando-a que sua mãe queria fazer as compras de natal dali a dois dias. “Merda”, pensou ela.

No trabalho ninguém estava numa situação boa, pois todos tinham abusado da bebida e da comida. O pior mesmo eram os comentários sobre a festa. A maioria maldosos e alguns sobre ela. “Bosta, será que eu fiz algo que não lembro!?”. Ela achava que não, mas sabia que os sorrisos e tapinhas nas costas eram apenas teatro de um povo com aspirações de civilidade. Sorte sua que era seu último dia e que só voltaria na semana seguinte ao Ano Novo.

Cinco dias antes

Dia das compras. Não suportava o jeito com que sua mãe a tratava. Ela morava sozinha e era independete finaceiramente, mas sua mãe sempre a tratava como uma adolescente que precisa de vigilância. “Você não anda bebendo demais?!” Perguntava sua mãe sempre que se viam. Mas ultimamente a pergunta que mais a incomodava e que ela tentava evitar a todo custo: “Não está na hora de arranjar um namorado!?”. “Mas que droga”, pensava ela, “sim está na hora, mas não aparece nada decente para mim! Só aquele mala do meu ex que não larga do meu pé. Que merda!”.

Após horas rodando pelos shoppings e lojas da cidade ela conseguiu o que queria. Lógico que teve que disputar a tapas, literalmente, algumas peças. Mas nada que um sorriso e um chute certeiro na canela não consigam. Voltou para casa com dois vestidos, três sandálias, umas blusinhas, uma tremenda dor nas costas e com a vontade de matar alguém aumentando. Suas cachorras vieram fazer festa quando ela chegou e quase levaram um chute também. Fez um chá e foi dormir.

Três dias antes

Sua irritação estava batendo records. Não havia matado ninguém ainda, mas, por segurança, mandou suas cachorras para passar uma temporada num hotel para cachorros. O seu irmão ligou pedindo dinheiro para comprar um presente para a nova namorada. “Além de tudo tenho que finaciar este vagabundo e suas vadias.” Acabou descobrindo que tinha comprado um vestido maravilhoso para o Ano Novo, mas não sabia nem onde ia passar a virada.

Marcou cinema com um amigo. No meio de milhares de filmes sobre natais em família e crianças perdidas em casa ou aeroportos acharam um filme bom. Apesar da lotação do shopping, já que esta maravilhosa cidade não tem mais cinemas de rua, não demoraram mais do que meia hora para achar um lugar para estacionar. Viram o filme e, no cinema, dois mudos sentados na mesma fileira não pararam de falar. "Meu Deus!!!! As pessoas que você nunca imaginaria que incomodassem não param de se comunicar e de balançar todo o banco"; depois foram beber algo. “Mas que merda. Além de ter que sair com amigo por falta de namorado, este idiota não tira o olho do meu decote.” Ele a deixou em casa. “Agora deve estar olhando minha bunda”, pensou ela. “humft”. Tomou alguns calmantes foi dormir.

Véspera de natal.

Só de pensar que teria que passar o natal com os parentes na casa de sua avó, ela queria sumir. Infelizmente não podia, porque, pior do que o natal na casa da sua vó, era ter que agüentar sua mãe e os parentes questinando-a o ano inteiro sobre o porquê de não ter ido. Pelo sim, pelo não cabou indo. Afinal não ia durar muito. Depois da troca dos presentes e da revelação do amigo secreto (que bem que podia ser inimigo secreto) eles foram ceiar. Na mesa ela teve a infelicidade de sentar entre duas das suas tias “prediletas”. “Ai como você está magra!” “Onde está o namorado” “Você está ganhando bem, né!?” e mais uma rajada de perguntas. Ela só respondia com gestos de cabeça, ou com simples “sim” “não”, mas na sua cabeça pensava em mil respostas ácidas e sarcásticas; e só não as usava em consideração a sua vó, que no momento lhe oferecia outra coxa de peru. Quando estava tudo acabando e ela permitia-se ficar quase alegre veio a intimação: “você vem almoçar aqui amanhão, né!?”. Respondeu com um grunhido “humpzchit”. É podia ser pior.

Natal

Acordou com a cabeça latejando. Olhou-se no espelho e não gostou nada do que viu. Vestiu-se e foi, novamente, para casa da sua vó. No caminho recitava o mantra: “não vou matar ninguém. Não vou matar ninguém”. Chegando lá teve que comprimentar a todos novamente e encarar os mesmos sorrisos falsos. Pode perceber que suas tias cochichavam sobre ela: “Viu só, não se mistura.” “é uma metida mesmo”. Estrangulou um guardanapo para não fazer o mesmo com algum parente. Seus primos com os respectivos acompanhantes não melhoravam a situação. Almoçaram churrasco com a ceia requentada. Depois do almoço o seu humor estava melhor. “Pronto: acabou!” permitiu-se até um sorriso, que logo se extingüiu: “Você vem passar o Ano Novo com a gente, não vem!?” Um grito de pavor morreu em seus lábios. Nem respondeu. Empurrou as duas tias que estavam na porta, chutou um primo que resolveu namorar no portão, pegou as chaves do carro e fugiu sem olhar para trás. Quando estava quase chegando numa praia maravilhosa ela pensou: “Que merda! Deveria ter feito isto antes”.

A todos os leitores do meu blog um feliz natal e nos vemos novamente ano que vem. Se eu não voltar é que eu quebrei a banca de algum cassino argentino e estou viajando por aí, ou fui morto por este mesmo motivo...

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Mais Poesias

(O que terminar a faculdade não faz...)

A última rosa, ou
boas vindas ao verão.

A última rosa do meu
jardim
morreu esta manhã.
Se botânico eu fosse,
diagnosticaria uma febre
terçã.

E, por ter sido cativado,
eu chorei!
Lágrimas rolaram pelo chão
regando em meu peito
a semente da
solidão.

Meus olhos embotados
cegaram meu coração;
que não percebeu
a promessa de vida
que vem com cada nova
estação.

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(sem nome)

Se tu afirmas que me ama
Eu finjo que acredito.
Isto piora minha sina
De ser teu poeta maldito.

Neste caminho triste;
Quanto sonho, quanta desilusão
Por crer num amor
Feito de vento e solidão.

As palavras que me dizes,
As vezes parecem tão ocas
E chego a duvidar
Que elas saíram de tua boca.

Eu gostaria de ter esperança;
De não questionar teu amor,
Mas quando me aproximo
Acabo afeito ao dissabor.

Porém meu destino sinistro
É o um eterno buscar
Para quem sabe um dia
No teu coração ter lugar.

terça-feira, dezembro 19, 2006

Poesias

A primeira é para o meu leitor mais assíduo...

PANEGÍRICO

O Bruno é assim
Com sua moral argêntea
Nos ensina que hombridade
É total apreço pela verdade.

E com sua humildade
Podemos logo perceber que
As palmas não o envaidecem,
Nem os apupos o embrutecem

Se você é um dos seus amigos
Sabe o que estou dizendo,
Pois nos defende, se preciso, até morrendo.

E com ele não tem vida madrasta,
Pois aceitas seus revezes com esperança
Característica de quem tem fé, fé de criança...

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Está já foi publicada na II Antologia do Poetas Brasileiros Contemporâneos e no site http://www.camarabrasileira.com/alvaro.htm . Ela foi escrita em maio de 2002 um tempo feliz, mas foi para uma pessoa triste e confusa.

Sonhos

Do fundo do eu minh’alma canta;
Canta versos de tristeza e dor;
Pintados com cores fortes de amor
Para aquela que inspira e encanta.

Cândida em meus sonhos ela aparece;
Beija-me com sofreguidão e ternura.
Cena surrealista que um instante dura;
Flor-de-verão que quando nasce fenece.

Seus olhos em mim estão;
Refletindo dor, querendo ajuda;
Chora baixinho, as lágrimas brotam;
Tristeza inspira, queda-se muda.

Quero ajudá-la dando o que tenho;
Mataria dragões, não importa o empenho.
Para vê-la feliz tudo faria,
Mas acordo só na noite fria.

domingo, dezembro 17, 2006

Poesia

Se fecho os olhos
Ainda sinto
Tua irreal presença
Neste recinto

E nos meus lábios
Trago ainda o sabor
De teu beijo maculado
Dado sem ódio, ou amor.

Das marcas que tenho
As que eu gosto não foram impostas
São das tuas unhas carmesins
Em minhas costas

E dos amores que vivi
Lembrar nunca é demais
Que é, e sempre foi, de ti
Que eu gosto mais.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Amar-te

Amar-te é ferir-me;
É cravar uma adaga
No peito;
É ver meu grande sonho
Desfeito;
Sangramento que não se
Pode estancar.

É a dor
De uma sede que não
Sacia;
Um mal, uma doença
Que vicia;
È morrer sem
Expirar.

É mal-querer a mim
Mesmo;
É vagar, fugir, andar
A esmo
Procurando ao invés de
Conforto
Um novo
Penar.

É chorar todo dia
Vivendo sempre a mesma
Agonia
De não querer
Nada mais a não ser
Te amar.

terça-feira, dezembro 05, 2006

O Oleoso Guerreiro Contra o Dragão do Capitalismo - Parte III

Com o patrocínio vieram os eventos, as vernissages, os coquetéis, as inaugurações. Assim nosso amigo Oil Man virou figurinha fácil na Hight Society. Ele abriu o Cristal Fashion Week com um desfile de sungas novas para homens maduros e jovens descolados. Também estava na última festa do castelo do Batel e na inauguração do Burguer King do Shopping Muller. Foi ai que seus problemas começaram. Das colunas da tribuna nosso amigo foi para a coluna do Dino Almeida e seus antigos apoiadores, em geral universitários, hippies e um ou outro punk, passaram a odiá-lo. Quando do seu passeio matinal, Oil Man podia ouvir o buxicho (ou buchicho, ou buxixo, ou buchixo) das pessoas que o apontavam e o acusavam de vendido. Mas com a força de caráter que só os heróis têm, ele não ligava para os comentários.
Ele também começou a fazer apologia ao esporte. Abandonou o hábito de empurrar a bicicleta e passou a pedalar; começou a dar palestras nas escolas sobre os benefícios da prática de exercícios; e até perdeu a barriga de cerveja e ganhou uma de tanquinho.
O Plano diabólico estava dando certo.
A verdade é que a empresa que o patrocinava estava interessada em aumentar o número de pessoas que praticam esportes e, assim, aumentar a venda de seus produtos. Isto seria legítimo se não fosse por um detalhe: ESPORTE MATA!!!
Sim meus amigos leitores, ESPORTE MATA!!! Assim nos ensina o Doutor José Róiz, de saudosa memória. O homem não foi “projetado” para praticar esportes. Se assim fosse seriamos quadrúpedes e teríamos o coração com o dobro do tamanho. Mas a nossa condição de bípedes faz com que nossa circulação não consiga mandar sangue suficiente para o cérebro e para as pernas quando nos exercitamos, o que sobrecarrega o coração e cria a anomalia conhecida por “coração de atleta”, causa de inúmeras mortes, pois o coração fica excessivamente grande, de uma forma patológica, o que causa uma série de problemas. Sem contar toda a nova carga hormonal que nos faz envelhecer mais rapidamente... Mas porque ninguém divulga isto??? Oras, porque os esportes movem muito dinheiro na nossa sociedade e, se em Roma tínhamos o Panis et Circens, hoje nos temos o futebol e a cerveja. É o dragão do capitalismo que tudo devora e depois expele, por via retal, como mercadoria.
Mas voltando a nosso amigo....
A verdade é que com o tempo ele passou a contar com o apoio de uma elite curitibana (sabe... aquela que tem uma torneira de água e a outra de água oxigenada) e esqueceu o povo que sempre o apoiou. Foi assim que quando nosso amado Oil Man estava andando no centro da cidade, num fim de tarde primaveril, esbarrou numa turba ululante, composta de sem-terras, universitários e moradores de ruas. Estes estavam protestando por alguma coisa, mas quando viram nosso dileto herói começaram a gritar: “Vendido, vendido, vendido”; e passaram a persegui-lo. Oil Man tentou achar abrigo numa loja de grife, mas foi escorraçado de lá. Tentou pedir ajuda num shopping, mas os seguranças não o deixaram entrar. Ele tinha sido abandonado.
Oil Man começou a correr em sua bicicleta em busca de abrigo. Foi quando ele enveredou pela Cruz Machado e parou em frente ao “Pantera Negra”, vulgo “Gato Preto”. Para quem não conhece este lugar é uma mistura de Ledô com Madalosso; um ambiente medieval, pois só entra cavalheiros e dragões. Mas foi ai que ele se escondeu. Não adiantou. A turba ensandecida invadiu o lugar e o encurralaram num canto. Ele temeu por sua vida, mas resolveu encará-los de frente. Nosso amigo avançou contra a multidão como em berseker, pronto para matar ou morrer. Os revoltosos tentavam em vão agarrá-lo, mas ele escorregava graças ao óleo. Foi quando alguém lhe passou uma rasteira e outro lhe deu um “cavalo deitado” e ele caiu em cima de uma mesa estraçalhando-a. Era o seu fim...
Foi quando ao fundo tocou um violão e um “maluco beleza” entrou no lugar cantando. Era o Plá. Ele cantava assim: “Se Maomé não vai a montanha, então a montanha vai até Maomé... “ (isto repetido umas 32 vezes). Todos silenciaram. Plá aproveitou para falar com o Oil Man: “Aí bichto, faz um tempo que eu quero trocar um lero contigo. Larga dessa vida maluco. Nóis é tudo poloneis; nóis têm que batalhar contra o sistema tá ligado!?” Nosso amado herói começou a chorar, pois entendera o recado. Tinha que voltar a suas origens.
Tirou a sunga dos patrocinadores e vestiu uma samba canção de um dos garçons. Ia tirar o tênis também, afinal só podia entrar de sapato no recinto, mas o dono do lugar abriu uma exceção a todos naquele dia. O Plá voltou a tocar e o forró comeu solto no “Gato Preto”, ou “Pantera Negra” se preferirem. Os revoltosos e as “mariposas” do local começaram a dançar. A costela a role para todos. A Xingu também. E foi assim que o nosso amigo se redimiu da sua aventura pelo o mundo burguês, que no final o abandonou, e acordou nos braços da Rose Peluda, num quarto de luxo do Popp’s...

quarta-feira, novembro 15, 2006

o Oleoso Guerreiro contra o dragão do Capitalismo - Parte II

Estava ofegante. Estaria suando também se o óleo que lhe cobria o corpo o permitisse. Encurralado não tinha mais como fugir. Precisava enfrentar a turba enfurecida que o perseguia com foices, enxadas e ceifadeiras. Sua morte estava próxima...

terça-feira, outubro 31, 2006

Distraída

Ai que quase morro, senhora
Ao te ver passar assim
Andavas tão distraída
Que quase tropeças em mim.

Terá sido uma ilusão?
Um sonho bom talvez?
No compasso do meu coração
Batia o teu outra vez.

Oh, ditosa ventura
Poder assim te reencontrar
Este anjo de candura
Por quem fui me apaixonar

E a alegria incontida
O sorriso em teu olhar
Trouxeram novo calor a vida
De quem só fez te amar.

sábado, outubro 28, 2006

O Oleoso Guerreiro e o Dragão do Capitalismo.

Parte I


Quem observa de longe acha que o calçadão da rua Quinze, a rua das flores, é um imenso formigueiro humano. Com os meninos e meninas que distribuem panfletos, os pedintes, os vendedores de bilhetes de loteria e toda aquela massa de gente que passa por ali todos os dias. No meio desta multidão alguém se destaca: nosso herói Oil Man.
Incólume no meio da turba ele passeia com sua inseparável bicicleta, sua indefectível sunga e velho tênis. Além do corpo sempre coberto com óleo de urucum e o cabelo preso num rabo de cavalo a la Heloisa Helena. Sua missão é defender Curitiba das hordas dos servidores do mal. Em sua última aventura ele quase morreu, mas depois de algumas semanas no Hawaii ele estava de volta a nossa dileta cidade, pronto para novas empreitadas (ou presepadas).
Como sempre seu patrulhamento começara cedo aquele dia. Andando com sua bicicleta pelas ruas da cidade a procura de alguém a quem ele pudesse ajudar. Foi que, quando ele passava pela Riachuelo, ouviu um grito de mulher pedindo ajuda. “Não temais gentil senhora, estou a caminho!” disse nosso amigo indo ao seu auxílio. Chegando ao local ele encontrou a jovem senhora caída no chão, com as roupas descompostas e as mãos no rosto cobrindo as lágrimas. E que mãos ela tinha: quase duas vezes maiores que a do nosso amado herói. Oil Man deixou sua bicicleta encostada na porta de uma lojinha e foi ajudar a pobre moça a se levantar. Foi quando ele ouviu uma voz grave que dizia: “Perdeu mano!”; a moçoila se levantou e com a velocidade de um guepardo atacou nosso destemido companheiro com suas mãos, e que mãos!, embebidas num composto de óleo de baleia com comigo-ninguém-pode (a kriptonita do nosso herói). Um golpe foi suficiente para nocautear nosso amigo.
Quando ele recuperou a consciência, havia a sua volta quase uma centena de populares, dois guardas municipais e alguns camelôs vendendo fotos suas autografadas. Nosso herói levantou-se e foi a procura de sua inseparável bicicleta, mas ela não estava mais lá. Algumas testemunhas disseram que a moça (?) que o derrubara saiu pedalando a bicicleta e ninguém soube dizer para onde. Desta maneira uma parceria de mais de quinze anos foi desfeita. Resignado com seu destino como só os grandes heróis sabem ser, ele agradeceu aos que lhe ajudaram e prosseguiu impávido, e á pé, sua jornada de patrulhar as ruas de nossa querida cidade.
Uma semana se passou e nosso amigo Oil Man continua sua missão andando pelas ruas de Curitiba. Bem a verdade ele se sentia nu sem a sua bicicleta, mas não podia desistir. As pessoas precisavam dele. Foi quando, enquanto ele andava pela rua Quinze, apareceu um senhor de alta classe com dinheiro na mão. E ele disse que tinha uma proposta, uma proposta indecorosa para Oil Man. Foram até um bar da boca maldita para tomar um chopp e o jovem senhor disse: “Seguinte, meu querido: eu represento uma grande empresa multinacional e nós trabalhamos com material esportivo, e como você é um esportista também, queremos te patrocinar. Nós te daremos uma bicicleta nova, uma sunga com a marca da empresa e um tênis também com a nossa marca e tudo o que você tem que fazer é andar pela cidade, como você sempre fez, e divulgar a nossa marca.” A princípio Oil Man não quis aceitar, mas ele precisava desta ajuda para continuar sua jornada. Relutante ele aceitou e combinou que iniciaria no outro dia
A noite, na sede da empresa, os executivos exultavam. Tinham conseguido trazer para seu lado um super-herói e este era o passo final para a dominação do mundo. Com o Oil Man em suas mãos nada poderia detê-los. Melhor: eles agora tinham um aliado em sua luta para derrubar todos os governos que não fossem seus aliados e divulgar seu ideal de vida.
No outro dia pela manhã lá estava nosso amado herói andando pelas ruas da cidade numa bicicleta nova com as marcas da empresa...
E agora, será que conseguirão enganar nosso herói para sempre? O que acontecerá com a humanidade? E se for verdade? E será que vou conseguir terminar minha monografia agora que voltei a escrever sobre o Oil Man? Esperemos pelo pior...

sexta-feira, outubro 27, 2006

Tu

Tu és tão bela mina senhora
Com teus cabelos negros
E teu sorriso de aurora

Tu és tão menina
Com teu olhar profundo;
Tua conversa que fascina

Tu és tão delicada
Suas mãos macias;
Teu perfume de madrugada.

Tu és tão amável
Tua alegria contagiante;
Teu jeito inexplicável.

Tu és tão...
Mas não és minha!

quarta-feira, outubro 25, 2006

Poesia

O amor é a bela flor
Que cresce na encosta do precipício
Só quem tem coragem e ardor
Conseguirá alcançar seus auspícios.

Queria entregar-me a tal paixão
Mas seus olhos são sumidouros
Para chegar a teu coração
Terei que entregar meus tesouros

Tal empreitada vale a pena
Se de ti tivesse resposta
Diga-me minha querida falena:
És de mim que tu gostas?

quinta-feira, outubro 12, 2006

Como as coisas mudam

Slogan do Lula: O certo contra o duvidoso. Só falta agora o Alckmim dizer: o a esperança contra o medo! tststst

Mas eu voto no Lula e o motivo é porque, apesar da desilusão de minha parte, ele fez um bom governo para os mais pobres (e para os mais ricos também. Só ferrou com a classe média). E mais questões que eu escrevo num outro post.


No mais a campanha sempre me diverte. Mas se a dupla Osmar e Geraldo ganharem eu me exilarei.


No estado do Paraná Temos o olho no olho dos candidatos e que faz me lembrar a música do Chico Buarque

"Olhos nos Olhos", que fala da separação de um casal. Parece ser bem o caso.

Olhos nos Olhos
Chico Buarque


Requião para Osmar quando este resolveu sair candidato

Quando você me deixou, meu bem
Me disse pra ser feliz e passar bem
Quis morrer de ciúme, quase enlouqueci
Mas depois, como era de costume, obedeci

Requião falando da sua campanha que esta indo, não bem demais, mas indo

Quando você me quiser rever
Já vai me encontrar refeita, pode crer
Olhos nos olhos
Quero ver o que você faz
Ao sentir que sem você eu passo bem demais

Osmar falando para Requião sobre sua aliança com Rubens Bueno, Cássio, Lerner entre outros

E que venho até remoçando
Me pego cantando, sem mais, nem por quê
Tantas águas rolaram
Quantos homens me amaram
Bem mais e melhor que você

O ganhador para o perdedor, dizendo que não importa quem ganhe eles vão ser amiguinhos

Quando talvez precisar de mim
Cê sabe que a casa é sempre sua, venha sim
Olhos nos olhos
Quero ver o que você diz
Quero ver como suporta me ver tão feliz

terça-feira, agosto 15, 2006

Salmo

Os cedros do Líbano

Juntos aos Cedros do Líbano
Nos sentamos e choramos
Com saudades dos tempos de paz;
E gritamos ao nosso Deus
“Senhor, onde estais ?”

Como Agar no deserto errante,
Desesperados nós clamamos;
Perguntando ao nosso Deus:
“Por que nos castiga tanto?”

Somos filhos de Ismael
“Ouve ó Deus nosso pranto”;
Como outrora Israel levanta-se
E fugimos só com a noite como manto.

Favorece-nos outra vez ó Deus
Estabelece novamente nossa paz
Ai, então, ouvirão cantos e salmos
Ao invés de soluços e ais.


PS Na Bíblia e na tradição mulçumana os árabes descendem de Ismael, filho de Abraão e Ágar. Ele e sua mãe foram expulsos da Casa de Abraão para garantir a herança de Isaac (de quem surgiu Israel). No deserto eles quase morrem, mas Deus os ouve e acolhe numa nova terra. Ismael significa "Deus ouve" (do hebraico Ismh'el).

sexta-feira, agosto 04, 2006

Zuzu Angel

Hoje fui ao cinema ver Zuzu Angel. Na minha modesta opinião é o melhor filme brasileiro do ano. Lógico que é um filme com uma estética de minissérie da Globo, com atores de novela e trilha de novela, mas não deixa de ser um bom filme. Não é um dramalhão como Olga, ou essas comédias românticas com ares de novela das sete, nem faz parte dessa nova estética do cinema brasileiro da pobreza glamurizada.
Esse é o filme sobre uma mãe que perde o filho para a ditadura militar (apesar de alguns ainda insistem em dizer que não foi violenta, ou que ela foi “redentora”) e passa a encará-la de frente para reaver o corpo do filho morto. Zuzu não pára, ela é parada pela ditadura que a mata depois que ela sai de um viaduto, o hoje conhecido “Viaduto Zuzu Angel”.
Vendo este filme eu consegui entender toda a profundidade do meu verso de música preferido; que é do Chico Buarque, que foi um grande amigo de Zuzu e para quem ela entregou uma carta dizendo que se morresse a culpa era dos militares. O verso é tirado da música “Pedaço de mim” e diz: “A saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu”. A melhor definição desta palavrinha (saudade) que só existe na língua portuguesa. Na verdade penso que só uma cultura como a portuguesa, que era de navegadores intrépidos, poderia criar uma palavra para descrever este sentimento. Como diz o poeta “Ó mar salgado quanto do teu sal? São lágrimas de Portugal?”. Só uma nação que se entregou ao mar sabe o que é sentir saudade. Só uma mãe que perde um filho sabe o que é sentir saudade.

Angélica
(Miltinho e Chico Buarque)

Quem é essa mulher
Que canta sempre esse estribilho?
Só queria embalar meu filho
Que mora na escuridão do mar
Quem é essa mulher
Que canta sempre esse lamento?
Só queria lembrar o tormento
Que fez meu filho suspirar
Quem é essa mulher
Que canta sempre o mesmo arranjo?
Só queria agasalhar meu anjo
E deixar seu corpo descansar
Quem é essa mulher
Que canta como dobra um sino?
Queria cantar por meu menino
Que ele não pode mais cantar


P.S . música escrita para Zuzu Angel

domingo, julho 23, 2006

Quadrilha

Quadrilha
Osmar amava Álvaro que amava Roberto
que amava Hermas que amava Beto
que não amava ninguém.
Osmar continuou senador, Álvaro foi para a oposição,
Roberto morreu de desastre, Hermas ficou para governador
e Beto apoiou o Rubens que não tinha entrado na história.


Quadrilha
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para o Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia
,Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história. (Carlos Drummond de Andrade)

E no Brasil as coisas vão bem. A Lolô está crescendo nas pesquisa e acho que Pimenta com Chuchu vai fazer mal para o presidente.

quarta-feira, junho 21, 2006

Poesiazinha

Na simplicidade do encontro
Na troca de olhares
Pude sentir os encantos
De teus beijos singulares.

Sonho finalmente realizado;
Tua boca com a minha juntar.
Momento a muito idealizado
Que na vida real achou lugar.

Oh, noite de venturoso prazer;
Poder contigo flertar;
Fazendo a vida a pena valer.

Quente boca que ousei tocar,
Para a minha alegria, meu pesar;
Quando, de novo, poderei lhe beijar?

quinta-feira, junho 08, 2006

O Caçador de Pipas

Já li muitos livros durante a minha breve vida. Não tantos quanto gostaria, ou deveria, mas os li e gosto muito disso. E cada um desses livros me ajudou a ser uma pessoa melhor (está bem, nem todos); foram verdadeiros mestres da vida. Cada livro que eu leio me ajuda a formar, ou mudar, meu modo de ver o mundo. Mas poucos livros fizeram-me mudar completamente.
Sabe aqueles livros que, depois que você os lê, você se sente órfão, abandonado? Aqueles livros que te roubam o chão, revolucionando todo o seu pensamento. Geralmente, quando estou lendo, eu vou engatando um livro no outro: mal termino um e já estou lendo outro. Mas certos livros precisam de um tempo de meditação depois. Um tempo para você reorganizar sua vida e suas idéias. Um tempo para você terminar de digerí-los.
De todos os livros que eu já li não mais que cinco estão nesta categoria. Não estou sendo injusto com os outros, mas é que esses me fizeram repensar toda a minha vida, como se tudo o que eu tivesse vivido não fosse nada.
Um deles foi “A Idade da Razão” do Sartre. Lembro que depois de lê-lo eu passei uma semana que recompondo. Reconhecer a consciência nos outros; que eu sou aquilo que os outros pensam de mim; que cada consciência é livre e interligada. Muitas outras questões apareceram. Vi-me pela primeira vez como um ser pequeno burguês cheio de preconceitos e idéias pré-concebidas e não achei isto ruim. Lembro que em certas partes do livro eu sentia um gosto amargo na boca, como se fosse uma reação ao quê minha mente estava passando.
Outro livro que eu posso citar dentro desta categoria é “Os Miseráveis” do Vitor Hugo. Até hoje a figura de Jean Valjean me persegue. Mas de uma maneira boa; penso em como ele agiria, ou o que ele faria em certas situações. Maravilhoso este livro. Mostra que todos somos vítimas mais da sociedade do que da “natureza” e um homem pode tentar se reerguer, mas a sociedade que criou o ladrão, não podendo enforcá-lo,não deixa, relegando-o a subcategorias. Quem é mais “miserável”: Jean Valjean ou Valvert?
Por fim o livro que terminei hoje as 06:00 horas da manhã: “O Caçador de pipas” de Khaled Housseini. Passei o dia remoendo e repensando o livro. Quanto tenho de cada personagem? Não sei! O livro fala de amizade; de relações; de culpa e perdão. Se você quer saber do que o livro fala vá ler a crítica da “Veja”. Sobre este livro só posso dizer que eu ainda estou meditando, preso a sua força. Amir, que é o protagonista, durante o romance toma certas atitudes que me fez ter raiva dele, mas depois eu me peguei pensando: eu, no lugar dele, faria diferente? Não saberia responder! Sei que este é um livro que me marcou muito e ainda não vislumbro aonde ele vai me levar. Sei que por vezes quis jogar o livro para longe e não lê-lo mais; não por ele ser ruim, muito pelo contrário, mas por medo do quê eu sei que ele faria comigo, e fez, depois de sua leitura. Hoje, se alguém me pedisse uma indicação de livro, com certeza eu só saberia responder: “O Caçador de pipas”!

segunda-feira, junho 05, 2006

Lolita

Lolita, luz da minha vida, labareda em minha carne. Minha alma, minha lama. Lolita: a ponta da língua descendo em três saltos pelo céu da boca para tropeçar de leve, no terceiro, contra os dentes. Lo. Li. Ta.
Pela manhã ela era Lô, não mais que Lô, com seu metro e quarenta e sete de altura e calçando uma única meia soquete. Era Lola ao vestir os jeans desbotados. Era Dolly na escola. Era Dolores sobre a linha pontilhada. Mas em meus braços sempre foi Lolita.

Realizei uma das minhas ambições intelectuais: li Lolita do russo Vladmir Nabokov. O livro é muito bom, mas a parte que mais me toca é este começo, que em termos de narrativa e descrição é a melhor do livro. A história é fantástica e eu só a tinha visto na TV, num filme com o Lian Nelson (que, diga-se de passagem, fez meu personagem preferido, Jean Valjean, no cinema também) que é a versão mais recente. Mas, como todos sabem, adaptações de obras literárias para o cinema nunca ficam boas.
O livro, como é de conhecimento comum, fala das relações de um quarentão e de uma menina de doze anos. Por sempre ter sido tratado por imoral e por falar deste grande tabu que é a pedofilia, têm-se a impressão de que o livro vai ser cheio de passagens picantes e obscenas. Muito pelo contrário. O livro é sutil nesta parte e fala mais dos conflitos e das dores e amores do senhor Humbert Humbert.
Nabokov estava nos EUA quando escreveu Lolita, e fez questão de fazê-lo em inglês. Não é um livro que fale mal do “Anos Dourados” americano como podemos pensar depois de uma leitura mais rápida, mas com certeza retrata a decadência de uma sociedade do pós-guerra. Não pela pedofilia, já que o professor H.H. é europeu, mas pelo comportamento de todos os outros personagens que giram em volta de Lolita e seu padrasto. As meninas são todas depravadas e as mulheres de idade também. Os homens são pusilânimes e, mesmo suspeitando que professor Humbert abuse de Dolores Haze, nunca tomam atitudes.
O livro é muito bom e vale a pena ser lido. Não porque é um dos clássicos da literatura mundial, mas porque é muito bem escrito. Sobre o tema (pedofilia), o autor diz que foi escolhido para chocar a sociedade americana da época (tanto que o livro foi publicado primeiro na França). Os outros dois temas que ele diz que também chocariam e que ele cogitou: um branco casando com uma negra (ou vice-versa) e tendo filhos e netos e vivendo felizes; ou ao ateu incorrigível que leva uma vida útil, feliz e produtiva e não carrega remorsos. Olhando de longe, estes temas continuam sendo tabus não só nos EUA como em boa parte do mundo!

terça-feira, maio 30, 2006

José Martí

Li José Marti. Lindo, emocionante. Agora entendo o que o Fidel Castro viu nele. Pena que el comandante não soube entendê-lo direito.
Um sonhador, um poeta, um político engajado, um homem terno. Muitos são os adjetivos para descrevê-lo, mas o Libertador de Cuba não se encaixa simplesmente em adjetivos. Ele é mais. É um desses lumiares do pensamento que vez por outra nos brinda com sua genialidade. Nos podemos sentir o perfume de seu pensamento libertário até hoje nestas pessoas que insistem em lutar por uma América Latina livre e una.
Não falo deste populismo barato que tem pipocado por nossa América. Não falo de Chaves, Lulas, Morales e quem mais for.
Falo deste povo que todo dia sofre, chora, luta e traz no corpo e na alma as marcas indeléveis de quinhentos anos de escravidão.
Quisera eu que outros Josés Martí aparecessem e nos dessem a luz de seus pensamentos.

Ahora vamonos a el poeta.


Versos sencillos

Si ves un monte de espumas,
Es mi verso lo que ves:
Mi verso es un monte,
y es Un abanico de plumas.
Mi verso es como un puñal
Que por el puño echa flor:
Mi verso es un surtidor
Que da un agua de coral.
Mi verso es de un verde claro
Y de un carmín encendido:
Mi verso es un ciervo herido
Que busca en el monte amparo.
Mi verso al valiente agrada:
Mi verso, breve y sincero,
Es del vigor de acero
Con que se funde la espada.
Ideario
En América hay dos pueblos, y no más que dos, de alma muy diversa por los orígenes, antecedentes y costumbres, y sólo semejantes en la identidad fundamental humana. (MARTÍ: VIII, 35)

sábado, abril 22, 2006

Para alguém de quem eu estou com saudades...


Ela é Operária!!!

Ela é operária. Nela toda a minha ideologia ganha vida e torna-se concreta. Ela é o meu o lado complementar; a minha parte que está próxima dos trabalhadores e operários. Ela é minha parte povo; minha parte massa. Chega a ser algo confuso a minha relação com ela. Não é o amor revolucionário que eu estava procurando e começo a crer que este tipo de amor não existe. Não chega a ser amor o que sinto por ela; talvez seja gosto; talvez seja porque ela adora me ouvir e adora me fazer sentir importante; ou então porque ela é o meu lado teórico posto em prática; mas definitivamente não é amor.
Ela é operária. Trabalha na linha de produção de peças de trator. Algo realmente extraordinário. Fiquei extremamente entusiasmado quando soube que ela trabalhava com isto. Imagine: eu, um pequeno burguês, livre pensador, mas preso num mundinho só meu, tendo um affeire com uma operária. Isto lembrou-me Engels que tinha um caso com uma operária quando ajudou a escrever o Manifesto Comunista. Talvez isto o tenha influenciado na luta pelos direitos dos trabalhadores. Talvez não, mas sei que a mim isto está inspirando.
Ela é operária. Possui as mãos levemente ásperas por causa do trabalho, mas estas mesmas mãos possuem uma ternura não encontrada nas mãos das burguesas. Seu jeito simples, singelo, humilde é muito diferente do modo afetado das outras moças. Ela possui uma candura singular; um sorriso gracioso que iluminou a noite escura da minha vida; um olhar meigo que me diz que vale a pena continuar lutando; um jeito de ser indescritível que nos dá a impressão de que ela não está ali. Ela é toda bondade e graça. Criatura única entre as mulheres. Sua simplicidade chega a ser incômoda, mas deixa-me completamente desarmado para argumentar com ela.
Enfim, ela é de tal maneira cândida que chega a ser difícil descrevê-la. Há única coisa certa nela: ela é operária.

segunda-feira, abril 17, 2006

Nestas Tardes

São nestas jovens tardes
De sorrisos e conversas amenas
Que percebemos que o amor arde
Quando estamos com nossas falenas

As horas no relógio a badalar
Trazem-nos novamente ao mundo real,
Pois no mundo das Idéias a divagar
Brincamos feito foliões no carnaval.

E apesar dos caos sistêmicos,
O trabalho consegue fluir.
Abandonamos tudo que é polêmico,
Porque preferimos rir.

São nestas tardes de prazer,
Que sinto-me feliz em te conhecer.
(ou que desejo te ter)

terça-feira, abril 11, 2006

Para comemorar a nova hospedagem do Inhame Filosofante aqui vai um guia para as moças que pretendem se casar; e para aqueles que tem saudades dos "Anos Dourados"...

(agradeço a Ana pela fonte. Fonte: Housekeeping Monthly 13 May 1955)

THE GOOD WIFE’S GUIDE

· Have dinner ready. Plan ahead, even the night before, to have a delicious meal ready, on time for his return. This is a way of letting him know that you have been thinking about him and are concerned about his needs. Most men are hungry when they come home and the prospect of a good meal (especially his favourite dish) is part of the warm welcome needed.
· Prepare yoruself. Take 15 minutes to rest so you’ll be refreshd when he arrives. Touch up make-up, put a ribbon in your hair and be fresh-looking. He has just been with a lot of work-weary peopl.
· Be a little gay and a little more interesting for him. His boring day may need a lift and one of your duties is to provide it.
· Clear away the clutter. Make one last trip through the main part of the house just before your husband arrives.
· Gather up schoolbooks, toys, paper etc and then run a dustcloth over the tables.
· Over the cooler months of the year you should prepare and light a fire for him to unwind by. Your husband will feel he has reached a haven of rest and order, and it will give you a lift too. After all, catering for his comfort will provide you with immense personal satisfaction.
· Prepare the children. Take a few minutes to wash the children’s hands and faces (if they are small), comb their hair and, if necessary, change their clothes. They are little treasures and he would like to see them playing the part. Minimise all noise. At the time of his arrival eliminate all noise of the washer, dryer or vacuum. Try to encourage the children to ben quiet.
· Be happy to see him.
· Greet him with a warm smile and sincerity in your desire to please him.
· Listen to him. You may have a dozen important things to tell him, but the moment of his arrival is not the time. Let him talk first – remember, his topics of conversation are more important than yours.
· Make the evening his. Never complain if he comes home late or goes out to dinner, or other places of entertainment without you. Instead, try to understand his world of strain and pressure and his very real need to be at home and relax.
· Your goal: Try to make sure your home is a place of peace, order and tranquillity where your husband can renew himself in body and spirit.
· Don’t greet him with complaints and problems.
· Don’t complain if he’s late home for diner or even if he stays out all night. Count this as minor compared to what he might have gone through that day.
· Make him comfortable. Have him lean back in a comfortable chair or have him lie down in the bedroom. Have a cool or warm drink ready for him.
· Arrange his pillow and offer to take of his shoes. Speak in a low, soothing and pleasent voice.
· Don’t ask him questions about his actions or question his judgment or integrity. Remember, he is the master of the house and as such will always exercise his will with fairness and truthfulness. You have no right to question him.
· A good wife always know her place.