para você
"Eu gosto, gosto de você!
Compreende? Eu tenho por você uma doidice…
Falo, falo, nem sei o quê,
Mas gosto, gosto de você.
Você ouviu bem isso que eu disse?…
Você ri? Eu pareço um louco?
Mas que fazer para explicar isso direito,
Para que você sinta?… O que eu digo é tão oco?
Eu procuro, procuro um jeito…
Não é exato que o beijo só pode bastar.
É preciso exprimir, traduzir, explicar…
Ninguém sente senão o que soube falar.
Vive-se de palavras, nada mais.
Mas é preciso que eu consiga
Essas palavras e que eu diga,
e você saiba… Mas, o quê?
Se eu soubesse falar como um poeta que sente,
—diga!— diria eu mais do que
quando tomo entre as mãos essa cabeça linda
e cem, mil vezes, loucamente,
digo e repito e torno a repetir ainda:
Você! Você! Você! Você!…".
(Paul Géraldy, poeta francês)
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